9 de novembro de 2020

Cabreia, um Mundo à Margem

 

Num passeio mais ou menos planeado, com alguma investigação antecipada, porque eu gosto de ir a lugares perdidos da civilização, ou com história, descobri um mundo totalmente à margem do que imaginava que seria. Fiquei encantada. Não tem rede de telemóvel. É verdade que primeiro fiquei um bocado apreensiva, porque alguém podia precisar de mim =D mas tentei relaxar e em poucos minutos comecei a sentir-me... livre! Como se tivesse ficado com menos peso em cima de mim, o peso das preocupações banais, o peso da antecipação, o peso da sensação de que dependemos daquele aparelho para tudo. Uns minutos depois senti-me mesmo bem, como se de repente até fosse mais fácil inspirar, é bom não ter rede no telemóvel de vez em quando, também faz bem podermos parar, olhar para nós, pensar em nós, dar-nos a oportunidade de apreciar o mundo à nossa volta, relaxar, observar sem ter que pensar em nada. E eu não sou uma pessoa de andar agarrada ao telemóvel, só o uso para receber chamadas, para ler os vossos blogues nas noites livres, e, de vez em quando, ouvir música na rua...

Então seguimos do Porto em direção a Sever do Vouga até à mítica ponte do Poço de São Tiago, a qual eu subi pela primeira vez, e cheia de medo, porque não sou muito "equilibrista" em altitudes. Valeu a pena o tremelique das pernas, porque a vista de cima é estonteante! Além disso, agora fizeram também ali a Ecopista do Vouga, precisamente onde era a antiga linha ferroviária do "Vouguinha", comboio a vapor, acompanhando o rio durante mais de  11Km e atravessando os antigos túneis ao longo do vale. A estação de comboio de Paradela é agora um café do Ecopark.(Como veem há muito coisa que pode ser aproveitada em Portugal com alguma inteligência, como é este caso, em vez de abandonada)


Depois da paragem na Ponte de São Tiago, seguimos em direção a Ribeira de Fráguas. Todo o caminho é lindíssimo, o rio Vouga ao lado. Chegados ao destino, ao ver ali tanta natureza, decidimos improvisar e em vez de comermos num restaurante, fomos buscar duas sandes ao Café Minimercado Benchick e levámo-las para o Parque. O almoço foi no sítio que tinha planeado ver, mas que estava longe de imaginar que seria assim. Os habitantes, disse-me um deles, construíram o Parque de Merendas de Ribeira de Fráguas para terem um sítio ao ar livre onde fazerem piqueniques aos domingos. Está fantástico como poderão ver pelas fotos.


Depois rumamos a Silva Escura para espreitar a Cascata da Cabreia.
Foi qualquer coisa de transcendente, uma surpresa total, o sítio em si parecia surreal. Tem imensas quedas de água, um ribeiro muito bonito, límpido, transparente, vários percursos, alguns com proteções ao longo do riacho e pequenas pontes. É lindo, puro, só se ouve a natureza, os pássaros, a água, as folhas das árvores. E, naquele cenário divinal, fizeram uma mesa em pedra que encaixa no riacho, junto à cascata, é inspirador, uma mesa perfeita!

 
 
 
No meio disto tudo, demos com estradas espectaculares. Piso excelente, algumas acabadinhas de alcatroar, largas e com excelentes curvas, principalmente na M554 entre Ribeira de Fráguas e Felgares <3
 
 
Desvio para a Cabreia:

 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
Boas Curvas!

Alguns links com mais informação:

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